"Cada um de nós compõe a sua história. Cada ser em si carrega o dom de ser capaz. De ser feliz. Só levo a certeza de que muito pouco eu sei. Eu nada sei."
Idéias. Um observatório de idéias. Sem bloqueios. Sem um critério rígido. Imagens, pensamentos, sonhos, dúvidas. E sorrisos.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Haikai africano





O elefante abraçou a borboleta.
Será que a borboleta
ao mesmo ato poderá corresponder?

(Haikai escrito pelo artista Tchalê Figueira em Cabo Verde)

terça-feira, 20 de abril de 2010

Tanto




Sinto e muito
Mas não posso sentir muito
Porque sentir muito não combina
Com sentir tanto.




sábado, 17 de abril de 2010

foto do dia, musicada



E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva pra sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Aí, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz
(Chico e Edu)

de volta...

Passei mais de um mês sem aparecer por aqui... Mas aos poucos vou voltando. Pra começar, de volta ao Rio. Depois de muitas experiências, depois de conhecer muita gente boa e lugares incríveis na África.
Vou colocar algumas fotos, alguns textos, sem pressa.
Resolvi começar com um agradecimento em forma de ficção...




Time forte

No meio de um lugar desconhecido, ou em uma situação complicada longe de casa, quem estava do lado era um time muito forte. Ao entrar no quarto, sozinho, pensava que tinha sorte de viajar bem acompanhado. Não falo dos bons homens que estavam ali. Nem dos pensamentos positivos e fortes que recebia de quem estava em casa. Mas daqueles que estavam sempre ao lado. Um pai, uma vovó, um moço que fala com pássaros, um senhor do mar. 
Dessa vez acho que tiveram muito tempo para ampliar amizades. 
Os anfitriões eram a vovó e o o senhor do mar, retornando às origens. Os outros dois sempre foram amigos, de longa data. Sempre deram as mãos e seguiram conduzindo a família. 
Francisco ia na frente, muito respeitado e adorado pelos outros. De passos fortes e voz macia mas determinada. Atrás dele, e feliz por estar em sua presença, o pai seguia com olhos atentos e protetores. Por saber os caminhos daquela região, a vovó soprava as direções corretas no ouvido do moço. E falava com os que cruzavam o seu caminho que era missão de paz. E na retaguarda, sereno, o sábio do mar zelava por todos.
Um time forte, quem sabe agora próximo e unido. Que pode olhar por nós, e por quem precisar de luz.
Obrigado. De coração. A estes que estiveram ali, acompanhando. A quem os colocou no caminho.  
A quem ilumina esse caminho sempre com sua força, e de forma generosa permitiu que o time existisse, e acompanhasse a jornada. 


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Foco do dia

Quando essa foto foi tirada eu estava com um amigo, num sábado de uma viagem de trabalho. Um bom amigo, grande diretor de arte.
O lugar era amplo, no alto de uma montanha, com uma linda vista. Lógico que ambos tiramos fotos da paisagem, mas de repente me afastei do mirante e este detalhe me atraiu e tornou-se o mais registrado na minha memória. Porque me pediu pra entender qual era o foco. O meu foco.

(Eze, 2006)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Foto do dia (leve metal)

Quando o som deixar o metal e ganhar o mundo.
O sorriso vai ganhar o ar. O cinza vai virar cor.

E a leveza da música que vai invadir o ambiente vai voltar pra quem de presente entrega notas de alegria.

Feliz do metal, que poderia ter virado tanta coisa. E virou ondas no ar.

(foto Cartagena)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

domingo, 31 de janeiro de 2010

A frase

"Quando nada parece dar certo, vou ver o cortador de pedras martelando sua rocha talvez cem vezes, sem que uma única rachadura apareça. Mas na centésima primeira martelada a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela que conseguiu isso, mas todas as que vieram antes."    Jacob Riis 


Esta frase me acompanha desde a minha tese de graduação. 
Sempre lembro dela, e continua incentivando a martelar. 




(foto - ruínas de Tiwanaco)

Foto de sábado


Sábado não - Marajó

sábado, 30 de janeiro de 2010

Foto do dia (da noite)

Sobre as pedras



Ela estava lá embaixo, perto do lago. Muita gente achava que ela não conseguiria subir tanto. Ela mesma não achava que poderia. Mas nesta manhã ela resolveu tentar.
Primeiro enfrentou escadas de pedra polida, junto à margem do lago. Depois a trilha estava desenhada sobre o mato pelos pés dos adultos que subiram antes dela. Será que eles também subiram em busca da mesma resposta?  
Com passos pequenos e assustados, ela enfrentou o medo. Pensou em todo o apoio que não teve. Ninguém quis ajudá-la a subir, durante muito tempo. Nem ensinaram o caminho,  nem deram dicas. Mas ela resolveu subir assim mesmo. E ao começar, encontrou quem a ajudasse. Só por ajudar, só para vê-la feliz.
A cada ajuda que encontrava tomava coragem pra subir mais. Vieram alguns pra dar uma força, outros pra dar uma palavra de apoio. Outros apenas pra ela saber que não subia sozinha.
Foi difícil, cansativo, mas ela chegou no topo. Enfrentou o último desafio, colocando uma pedrinha no chão pra pisar, pra ver por cima do muro. E viu. Exatamente o que ela queria. 
Viu que ter subido a fez quem ela é. Viu que ter passado pelo que passou a fez melhor. E sorriu.



(foto do dia incluida... Lago Titicaca)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Foto do dia (neste caso do dia mesmo. Bom dia. Dia bom.)

Se vc perguntar pra eles, eles vão dizer que sim... é só escolher a pergunta que vc mais deseja fazer. Tema livre...
(taxi RJ)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Foto do dia


um olhar no Tivoli



Resolvi colocar algumas fotos no blog. Vou chamar de foto do dia, 
mas não garanto nem que seja uma foto tirada no dia, nem que tenha uma nova por dia. 
Mas vou dividir imagens e momentos que curti... 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sorrisos contagiantes



A marcha é a certa.
As pedaladas não serão sempre fáceis. 
Nem o caminho será liso. 
Ainda bem. 
Porque com as raízes no chão do caminho a gente aprende e ensaia como passar com confiança. Assim podemos ir para terrenos cada vez mas ricos, complexos. 
E viver mais intensamente. E experimentar juntos.
Quando estiver difícil, água da garrafinha vermelha. 
Se a carga estiver pesada, jogamos na cesta.
E seguimos. 
Para onde há mais sorrisos.
Que geram outros.






quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Sonhos de Infância


Um sábado qualquer do início do século XX. Já era hora de Pedrinho sair pra vender sonhos. Mas ele estava atrasado. Pegou a assadeira repleta de sonhos açucarados e saiu de casa. Correu pelas ruas de pedra de São Luis do Paraitinga, e ao invés de ir direto para a Praça da Matriz, uma passadinha na casa do amigo Neco. Juntos, pra Praça. Praça nada... direto pra ponte. Na verdade, pra debaixo da ponte. Mas isso mais tarde eu explico.

Depois, na praça, as vendas eram garantidas. Os sonhos que Pedrinho vendia eram famosos. Eram grandes, mas leves. Com seu sorriso simpático, ele vendia rapidinho. Seu Manoel do armazém comprava sempre uma dúzia, para revender. Dona Elisa comprava pro Marido e pro filho. E sempre o Seu Paulo comprava dois. Um pra levar, e um pro próprio Pedrinho. "Quem vende sonhos merece realizar um só seu", dizia ele. 
Mas hoje estavam diferentes. "Uma receita nova, que minha mãe está testando", dizia Pedrinho. 

Existem alguns tipos de sonhos. Os com açúcar branquinho, de confeiteiro, em volta do sonho todo. Os quase caramelizados, com esse açúcar molhado, brilhantes. E os sonhos de moleque, como Pedrinho. Como o de convidar um amigo pra uma traquinagem qualquer. 

De volta pra ponte. Naquele sábado eles resolveram realizar o plano. Aquelas bolinhas doces, com açúcar branquinho em cima, passariam por uma transformação. Um a um, os sonhos foram se tornando caramelizados. Lambida após lambida. Pedro e Neco chegaram a enjoar de tanto doce. Mas tinham que terminar todo o serviço, não podiam deixar nenhum rastro de que os doces saíram de casa com açúcar seco.

O plano foi perfeito. Voltaram pra casa rindo muito, e dividindo o sonho pago por Seu Paulo. Chegando em casa, a mãe esperava na varanda os réis da venda da manhã. Animado e orgulhoso, Pedro entregou o dinheiro, contadinho. Um plano perfeito. Se não fosse pelo Seu Manoel, de bicicleta, passando na rua.

_ Bom dia, senhora! Gostamos muito da nova receita de sonhos de hoje!




Esta lembrança simples e infantil é uma homenagem ao meu querido Vô Pedro, que me contou essa história e a uma cidade que sofreu muito com as últimas chuvas... A Matriz não existe mais. E a ponte, só na nossa imaginação. E nos nossos sonhos.





segunda-feira, 4 de janeiro de 2010